sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

No Hearted

Não entendo como essas coisas funcionam... De uns tempos pra cá, fui acusada, por todos os lados, de não ter coração.

Pois bem, fico a imaginar o que seria uma pessoa sem coração. Imagino que seja fria, indiferente e cruel, cumulativamente. Que não se importe com nada a não ser consigo mesma. Uma pessoa que chuta cachorrinhos, que nunca dá esmolas e que não gosta de Natal. Enfim, uma pessoa desprezível.

Deus! Será que sou assim?

Sentimentalmente falando, talvez tenha sido, um pouco. Mas bem pouquinho mesmo... Nunca chutei cachorro morto, como muitos possam imaginar. Sempre me coloquei no lugar do outro e tentei minimizar sofrimentos, para ambos os lados, de forma bastante objetiva. Evidentemente, meu lado tinha proeminência, mas acho que não deviam me culpar por amar mais a mim mesma, pois não significa, necessariamente, que não tenha amado ninguém.

Então penso: talvez minha ‘falta de coração’ tenha se devido a essa maneira pragmática de pensar e sistematizar uma relação. Como disse um amigo uma vez, se eu pretendesse administrar um investimento, seria melhor tentar o mercado mobiliário, não uma pessoa... Agora entendo o que ele quis dizer.

Confesso que não fiz o que aquela velha frase piegas manda: “siga seus sentimentos”. Ao invés, preferi seguir a outra: “seja você mesmo”, levando para o amor a frieza com que tratava outras áreas da vida. Mesmo assim, fico pensando: o que impede que isso seja amor? Eu pensei em um bem mútuo, eu me importei com alguém e lutei por isso. Em que isso me torna diferente dos outros 99% da população? Será que meu jeito de pensar e agir, me preservando, diminuindo a importância de bobagens levadas a sério de mais [a meu ver] me faz menos humana? Torna-me uma pessoa ‘sem coração’?

Acho uma tamanha injustiça! Tudo bem, tenho certeza que quem assim me ‘classificou’ já amou, e amou muito, mas será que isso o/a qualifica a dizer que nunca amei?

De qualquer modo, ouvir isso me deixou de coração partido, o que já foi um ótimo sinal em si, pois significa que tenho um coração. Agora, de acordo com 99% da população, só falta fazê-lo começar a bater.

Mesmo tendo um coração 'parado', acho que já sinto alguns sintomas de coração... Por exemplo: simplesmente por saber que alguém em especial está triste por minha causa, meu dia simplesmente acabou. Será um bom sinal?

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Lições de vida.

Existem algumas dicas de ouro que ajudam-nos a moldar o nosso desempenho profissional.

A lição de hoje foi:

"Quem trabalha muito, erra muito."

"Quem trabalha pouco, erra pouco"

"Quem não trabalha, não erra"

"Quem não erra, é promovido."

Guerra de Titãs



[Obs.: para ser lido, em partes, como narrativa de luta de boxe.]


Aqueles que dizem que o serviço público é uma ‘pasmaceira só’ estão redondamente enganados. Eu mesma pensava assim. Porém, hoje tive notícia de uma grande, sangrenta e antiga guerra, onde várias classes se confrontam e embatem, numa batalha sem fim por espaço, benefícios e status dentro do serviço público federal.

Apresento-lhes os combatentes:

1 - De um lado do campo de batalha, no topo da cadeia alimentar, ops, carreira pública, os grandes, os fortes, os gigantes, oooos:

Auditoooreeeees Fiscais!!!!


Eles, que andam sobre nuvens, que julgam, que esquecem as regras de cortesia, que são deuses que esqueceram suas origens mortais! Lutam apenas para manter sua hegemonia face aaaaaaaaaaos:


2 - Analistaaaas!!!!!


Estes que estão na linha de frente, lutando arduamente por seus direitos, reconhecimento e status, tentando escalar a cadeia do serviço público e superar a humilhação infligida pelos auditores por anos!!!! Têm latentes em si poderes-auditores, mas ainda encontram-se subjugados, sob o domínio daqueles, injustiçados. Clamam por justiça, nessa guerra brutal que é o serviço público do dia-a-dia.

3 - E no meio do campo de batalha, confrontando ambos os lados, ora aliados dos analistas, ora seus inimigos, batalhando seu espaço dentro da Receita Federal do Brasil estão oooooooooooooooooooooooos:

Fuuuuuncionários da Previdência Social!!!!

Lutam apenas por espaço, por benefícios mais justos, e por reconhecimento dentro do novo contexto. Vítimas de artimanhas do Governo Federal [força suprema que comanda a todos nós], estes peculiares combatentes adentraram à Receita através da fusão entre esta e a Previdência, visando à criação da Suuuuuuuuuuuper Receitaaaaa!!!
São comparáveis aos judeus após o holocausto: maltratados, estão ainda sem terra definida, sem direitos, apenas unidos tentando formar sua Pátria, em meio a um plano internacional desfavorável.


? - E, no mais baixo degrau, abaixo do mais baixo dos patamares, abaixo do solo, 5 km acima do inferno, ooooos:

ATA’s e agentes do Serprooo!



Constituídos por funcionários contratados e/ou de nível médio, lutam ainda por direitos humanos de segunda geração. Não contam em ‘número’ como combatentes, pois ainda não foram reconhecidos como pessoas.

OBS.: diante de tal contexto, os estagiários não existem nem para fins de estatística.


Então, dentro da Super Receita ocorre a Grande Guerra da Receita, que, se não sanada em tempo, poderá levar à sua derrocada, posto que uma constituição organizacional entre forças estranhas e inimigas não poderá resultar em outra coisa.
 Agora o ‘once upon a time’...
Era uma vez um órgão e uma missão. O órgão era a Receita Federal do Brasil e seus servidores viviam felizes e em paz. Uma época em que o importante era arrecadar, uma época em que o poder-auditor inexistia, tampouco carreira. Uma época áurea e feliz.

E eis que estes servidores lutavam, juntos, por uma causa: melhorias de condições de trabalho, mais benefícios e reconhecimento pela importante função que desempenhavam. Parecia mais uma bela história trabalhista, parecia ter um fim feliz. Os mocinhos lutando por uma causa justa.

Então, frente a esta luta, o Governo Federal, poder supremo sobre todos nós, tomou por bem conceder aos seus fiéis servidores os seus desejos. Porém, o fez desigualmente [o Governo Federal escreve certo, por linhas tortas]. E o caos e o ódio começou a crescer dentro da feliz e pacífica Receita Federal do Brasil.

[A trama continua].


A cobra vai fumar...



O que vem depois? Cachorros cachaceiros? Gatos dependentes de antidepressivos? Hamsters tomando anabolizantes?

Esse mundo tá perdido... ;p